Se você está buscando reeducar a alimentação, compreender as diferenças entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados pode ser o melhor caminho para alcançar seu objetivo. Conhecer o que consome e como isso impacta em sua saúde e bem-estar é o primeiro passo para adotar um cardápio nutritivo e com potencial de beneficiar o organismo como um todo.
De acordo com a USP (Universidade de São Paulo), maus hábitos alimentares estão entre as principais causas da obesidade, fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão arterial entre várias outras. Ainda de acordo com a instituição, a obesidade é uma pandemia causada principalmente pela substituição dos alimentos in natura pelos alimentos processados e ultraprocessados.
Tal substituição se deve pela grande correria do dia a dia, principalmente nos grandes centros urbanos. Isso faz com que as pessoas tenham cada vez menos tempo de se alimentar adequadamente, optando assim por alimentos prontos e fast foods.
Se você se enxergou nesse contexto, saiba que essa atitude pode até economizar alguns minutos do seu precioso tempo, mas prejudica a sua saúde a médio e longo prazos. Para ter longevidade e qualidade de vida, é preciso adotar hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas.
Quer dar o primeiro passo para a reeducação alimentar, mas não sabe por onde começar? Então acompanhe o artigo a seguir. Nele, você vai conhecer as diferenças entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados para mudar a sua relação com a comida o quanto antes. Confira!
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Diferenças entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados
De acordo com o novo Guia Alimentar do Ministério da Saúde, os alimentos são classificados em quatro tipos, a saber: alimentos in natura, processados, ultraprocessados e minimamente processados. Tais termos se referem aos diferentes métodos de conservação de alimentos.
Esses métodos são usados pela indústria alimentícia para prolongar a validade de um alimento, conservar o seu sabor e impedir a proliferação de microrganismos como fungos e bactérias, garantindo assim, a sua segurança alimentar.
O fato é que quanto mais processados forem os alimentos, mais substâncias prejudiciais à saúde estarão presentes em sua composição, como sódio, gorduras, açúcares, aromatizantes, corantes e estabilizantes artificiais, por exemplo. Segundo Maria Laura Louzada, nutricionista e pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo), esses produtos criam um padrão de gosto no organismo, o que provoca o consumo exagerado deles.
Por esses e outros motivos, conhecer as diferenças entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados é tão importante. Saber o que você come é o primeiro passo para ter mais equilíbrio físico e mental e evitar inúmeras doenças causadas pela má alimentação. Veja a seguir!
Alimentos in natura
O conceito de alimentos in natura não é tão difícil assim de ser compreendido. Trata-se, na verdade, do tipo de alimento em sua forma natural ou apenas processados mecanicamente, ou seja, aquele que não sofreu nenhuma alteração química, como adição de conservantes, corantes e aromatizantes. São exemplos de alimentos in natura:
- Frutas;
- Legumes;
- Verduras;
- Ovos;
- Raízes;
- Leite (desde que não industrializado);
- Carne bovina, suína, peixes e frango;
- Nozes.
Considerados 100% naturais, os alimentos in natura não possuem aditivos químicos em sua composição. Por isso, mantêm inalterados os seus sabores, aromas e texturas, bem como os seus valores nutricionais.
Alimentos in natura são ricos em vitaminas, proteínas, minerais, carboidratos e outras substâncias essenciais para a manutenção das funções do organismo. E ao contrário do que se imagina, são baratos e fáceis de achar.
Alimentos processados
Já o alimento processado é aquele que passa pelo processo de industrialização. Na indústria, o alimento in natura recebe sal, açúcar, óleo entre outras substâncias capazes de prolongar a sua vida útil na prateleira dos mercados. Como exemplos de alimentos processados, podemos citar:
- Legumes em conserva;
- Queijo;
- Pães;
- Frutas em calda;
- Carnes salgadas e defumadas;
- Sardinha e atum em conserva;
- Frutas cristalizadas.
Por serem derivados dos alimentos in natura, muitos alimentos processados são comercializados como saudáveis. Contudo, não se engane, pois os conservantes que recebem afetam os seus valores nutricionais e os teores calóricos. Por isso, sempre que tiver escolha, prefira os alimentos in natura.
O fato de serem processados não significa que não são seguros para o consumo. A segurança desses alimentos é garantida pela Anvisa e todos os aditivos a serem adicionados são regulamentados pela vigilância sanitária. Além disso a maioria deles possuem em sua composição conservantes naturais como o próprio sal.
Alimentos ultraprocessados
Quem está em busca de conhecer as diferenças entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados deve prestar atenção nessa última opção. Como o próprio nome sugere, ela diz respeito a alimentos que passaram por várias técnicas de processamento e receberam grandes quantidades de aditivos químicos, como conservantes, corantes, estabilizantes e aromatizantes. Na prática, são alimentos saborosos e ricos em calorias, mas pobres em nutrientes essenciais ao organismo.
Isso acontece principalmente porque esse tipo de alimento não é feito com o alimento in natura em si, mas com substâncias extraídas deles, como óleos, amido, proteínas, açúcares e gorduras. Ou ainda, com substâncias sintetizadas em laboratório, como os aditivos químicos usados para realçar o sabor e a cor desses alimentos. Não por acaso, são chamados de “comidas de mentira”.
Infelizmente, os alimentos ultraprocessados lotam as prateleiras dos mercados ao redor do mundo. Eles são fáceis de identificar, pois geralmente eles são comercializados sob a ideia da praticidade: “basta abrir a embalagem e comer”:
- Biscoitos recheados;
- Salchicha;
- Presunto, mortadela e salame;
- Molho de tomate;
- Refrigerantes;
- Sucos de caixinha;
- Nuggets;
- Salgadinhos de milho;
- Sorvetes;
- Macarrão instantâneo;
- Pizzas.
Por causa da grande quantidade de sal e açúcares que recebem, a recomendação é que os ultraprocessados sejam consumidos com muita moderação. Se possível for, que sejam evitados, pois são alimentos calóricos, ricos em sódio e nutricionalmente desbalanceados. O alto consumo deles está diretamente ligado ao aumento da obesidade e de doenças como hipertensão, diabetes tipo 2 e colesterol alto.
E os alimentos minimamente processados?
Agora que você já conhece as diferenças entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados, é hora de conhecer uma categoria que pouco se fala, mas que também pode contribuir para a sua saúde e bem-estar: os alimentos minimamente processados.
A bem da verdade, são alimentos que encontramos na natureza (frutas, verduras, legumes, grãos, raízes), mas que antes de chegarem à mesa do consumidor, passam por processo mínimo de industrialização, como limpeza, remoção de partes comestíveis, moagem, resfriamento, congelamento, secagem, pasteurização, fermentação e embalagem.
Entre os alimentos minimamente processados, destacam-se:
- Arroz;
- Feijão;
- Café;
- Leite pasteurizado;
- Canela;
- Açúcar;
- Ervas frescas ou secas;
- Chá;
- Farinhas;
- Sal;
- Óleos;
- Cortes de carnes resfriados ou congelados.
Diferentemente dos alimentos processados, os alimentos minimamente processados não levam adição de sal, açúcar ou nenhum outro conservante. Por isso, os seus valores nutricionais se mantêm inalterados. Ou seja, assim como os in natura, não causam prejuízos à saúde.
Como reconhecer os alimentos in natura, processados e ultraprocessados?
Conforme mencionamos anteriormente, os alimentos in natura são aqueles obtidos em sua forma natural, ou seja, as frutas, legumes, verduras, carnes, raízes, castanhas e ovos. Sendo assim, são fáceis de identificar. Agora, saber diferenciar os processados e os ultraprocessados é, sem dúvida, uma tarefa mais complexa.
Uma excelente dica para diferenciar esses grupos de alimentos é aprender a ler os rótulos dos alimentos. Eles fornecem informações preciosas sobre os ingredientes utilizados na fabricação de um determinado produto, incluindo os conservantes. Na prática, funciona assim: quanto maior a lista de ingredientes, mais processado ou ultraprocessado é o produto.
Outra dica infalível para fugir dos processados e ultraprocessados é trocar os supermercados pelas feiras livres de bairros. Lá, você vai encontrar uma grande variedade de alimentos in natura por preços bem atrativos. Assim, poderá cuidar da rotina alimentar e variar o cardápio para não enjoar de comer as mesmas coisas.
O consumo de alimentos saudáveis em 2023
Se por um lado a rotina agitada dos grandes centros urbanos impulsiona o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, por outro lado, desde a pandemia da COVID-19 e as medidas de isolamento social para conter o avanço da doença mudaram os hábitos alimentares de boa parte dos brasileiros.
É o que aponta um estudo realizado pela Universidade de São Paulo, o Nutrinet Brasil. De acordo com a pesquisa, que envolveu 10 mil pessoas, houve um aumento no consumo de alimentos naturais durante a pandemia, de 40,2% para 44,6%. Tal aumento se justifica pela maior disponibilidade de as pessoas prepararem a própria comida em casa durante o período de isolamento social e também fortalecer o sistema imunológico. O fato é que essas mudanças na alimentação do brasileiro devem continuar após a pandemia.
Contudo, o aumento do consumo de alimentos saudáveis é uma tendência já esperada, que apenas foi evidenciada durante a pandemia. Só para se ter uma ideia, de acordo com o Sebrae,o mercado de alimentação saudável cresceu 98% no Brasil de 2009 a 2014. Ainda de acordo com a entidade, o setor movimenta US$ 35 bilhões por ano no país e representa ótimas oportunidades de negócios.
Além disso essa crescente, vem gerando diversas oportunidades de investimento em ramos como o mercado vegano e de produtos sem glúten!
Pensando em empreender no setor de alimentos saudáveis? Então confira as 5 principais tendências no mercado alimentício em 2021 para ter sucesso e se destacar da concorrência!