Na última semana, começamos uma série de conteúdos sobre alimentos restritivos e como este mercado, que vem numa crescente nos últimos anos, pode ser o diferencial para sua empresa. Falamos sobre a soja e hoje vamos conversar sobre outro grande tema dentro deste assunto de restrições: a intolerância à lactose.
Intolerância à Lactose
A lactose é uma substância presente em qualquer tipo de leite de origem animal. Basicamente, é o açúcar do leite. É uma enorme fonte de energia presente nestes alimentos. Mas, para toda essa energia ser aproveitada, é necessária a quebra da molécula da lactose em partículas menores, a galactose e a glicose.
Quem realiza esta quebra é uma enzima presente em nosso intestino: a lactase. Intolerância à lactose é justamente quando a produção desta enzima pelo nosso organismo é muito baixa ou nula.
Desta forma, quando a lactose passa pelo nosso sistema digestivo sem ser quebrada, ela se acumula no intestino, sendo fermentada por bactérias, acumulando água e ocasionando desconfortos, como diarreia, gases e cólicas. Estes desconfortos podem ser mais agudos algumas pessoas do que outras, devido ao grau de intolerância, que pode ser leve, moderada ou grave.
Há três tipos diferentes de intolerância à lactose. O primeiro, e mais raro, é quando a criança já nasce sem a capacidade de produzir a enzima lactase. Assim, já nos primeiros meses de vida, a intolerância é apresentada e notada. O segundo tipo é quando estamos com algum problema intestinal e, dessa forma, a concentração de lactase é diminuída. Ainda, o terceiro tipo, é quando vamos envelhecendo e a produção da lactase é diminuída ao passar dos anos.
É válido comentar aqui que existe um outro problema dos produtos lácteos que é a alergia à proteína do leite. Como qualquer outra alergia, a alergia à proteína do leite é uma reação do sistema imunológico contra uma substância invasora do organismo. No caso do leite, o organismo libera diversas enzimas e substância em sequência para combater as proteínas e acaba gerando uma reação alérgica. Esta alergia é desenvolvida não apenas pela ingestão do leite, mas também do simples fato de encostar na pele, em alguns casos.
O potencial do mercado lactose free
Segundo pesquisas do instituto Datafolha de 2017, 53 milhões de brasileiros com mais de 16 anos apresentam algum grau de intolerância à lactose. Isso representa cerca de 35% da população brasileira. Entretanto, na realidade esse número pode ser bem maior. Estima-se que 7 a cada 10 brasileiros têm a intolerância, ou seja 70%. Entretanto, 60% destes não tem ideia deste problema.
No mundo, os dados são bem parecidos. Dessa forma, o consumo de alimentos que não possuem lactose cresce ano a ano. Ainda, não somente os intolerantes estão comprando produtos sem lactose. Muitas pessoas também adquirem estas mercadorias buscando benefícios como redução de inchaço, redução de cólicas, emagrecimento, etc.
Desenvolvendo soluções zero lactose
Bem, os dados acima evidenciam que o mercado de produtos sem lactose é uma excelente oportunidade de investimento.
Nas indústrias produtoras, o leite sem lactose já possui a molécula da lactose quebrada em galactose e glicose. Assim, o seu corpo não precisa realizar este trabalho e os problemas no intestino não ocorrem.
Contudo, o leite é uma das matérias primas de diversos outros produtos alimentícios como iogurtes, manteigas, maioneses, biscoitos, kefir, entre outros. O método mais fácil para se obter um produto sem lactose é realizando a simples substituição do leite animal por opções vegetais, como o leite de amêndoas, leite de coco, leite de soja ou leite de arroz.
Parece simples, mas é aqui que entra a maior problemática: não basta apenas substituir o leite animal por um vegetal. O leite animal é capaz de realçar sabores e contribuir para outras questões da análise sensorial de alimentos . E este cuidado é fundamental, afinal ninguém compra nenhum alimento que não seja gostoso.
Outras substituições para o leite são outros líquidos, como água ou sucos. O uso de outro ingrediente em receitas que levam leite depende de receita para receita e, claramente, a substituição do leite por outro líquido deve ser realizada com critério para que – reforçando o que dissemos no parágrafo anterior – a qualidade final seja mantida.
Ainda, o leite de origem animal possui elevados teores nutricionais. Pesquisadores da Universidade do Tennessee, nos EUA, provaram que alimentos que não possuem lactose também são extremamente pobres em cálcio. Ainda, o teor de proteínas nos leites vegetais são menores do que o leite de origem animal.
Quando o assunto é criar um produto que não possua lactose, o buraco é bem mais embaixo dependendo da qualidade final que você busca. No geral, desenvolver qualquer produto não é nada simples, mas nós temos um grande material que pode lhe auxiliar a tirar a ideia do papel. Confira o nosso post de desenvolvimento de produtos.
Dentro deste assunto de desenvolvimento de alimento que não contém lactose, devemos nos atentar para a lei.
Legislação
Um produto sem lactose tem que obedecer à Legislação, para que seja vendido com o selo “sem lactose”.
Segundo a ANVISA, um alimento sem lactose é aquele que possui no máximo 100 miligramas de lactose a cada 100 gramas ou 100 mililitros de produto posto à venda. Esta definição está explícita na Resolução de Diretoria Colegiada, RDC nº 136 de 08/02/2017.
A quantidade definida pela ANVISA é incapaz de conferir desconfortos em pessoas que possuem intolerância. Portanto, é uma quantidade definida como segura.
Chegando ao final do nosso segundo capítulo da série restrições alimentares, podemos afirmar que o mercado de produtos zero lactose é uma grande oportunidade de investimento e que sem dúvidas tem tudo para continuar crescendo.
Como dica, deixamos a mensagem para que você entre neste mercado sem medo e ofereça várias possibilidade para seus clientes. Faça receitas alternativas ou crie produtos novos, mas não perca a chance de expandir os seus lucros.
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